Em maio de 1982, o então papa João Paulo II foi ao santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer a recuperação de sua saúde. Um ano antes, ele havia sido alvo de um atentado na Praça de São Pedro. Foi atingido por dois tiros que quase lhe tiraram a vida.
Depois do incidente, mergulhou fundo no Segredo de Fátima. Leu todos os documentos sobre o assunto que estavam nos arquivos do Vaticano, incluindo o relato da irmã Lúcia sobre a visão de 13 de outubro de 1917, quando os pastorinhos viram um bispo vestido de branco, morto por soldados.
Convicto de ser ele próprio o tal bispo, João Paulo II se pôs de joelhos diante da imagem de Nossa Senhora, exatamente no local onde ela havia aparecido aos pastorinhos. “Quero agradecer à Virgem pela sua intercessão, por salvar a minha vida e pela recuperação da minha saúde”, disse o pontífice na ocasião. O Santuário de Fátima estava lotado de cardeais, bispos, padres, religiosos, leigos, enfim, uma multidão que, junto ao pontífice, rezou e agradeceu o milagre.
“Vi em tudo o que foi sucedendo − não me canso de o repetir − uma especial proteção materna de Nossa Senhora. E por coincidência − e não há meras coincidências nos desígnios da Providência divina − vi também um apelo e, talvez uma chamada de atenção para a mensagem que daqui partiu”, contou São João Paulo II.
Para completar a grandeza desse momento, a irmã Lúcia, única vidente ainda viva naquela época, obteve uma autorização especial para sair da clausura e compartilhar com o papa esta emoção. Um dia que ficou marcado não somente na história da Igreja, como também na história mundial.