Certamente você já ouviu falar em odor de santidade, mas talvez não saiba exatamente do que se trata. Ele se refere à fragrância emanada dos cadáveres dos santos ou de de seus estigmas. É um cheiro agradável e suave, mas perceptível ao olfato. Ao longo da história, foram registrados cerca de 500 casos.
Um exemplo clássico é Santa Teresa d’Ávila, cuja morte foi seguida de um forte perfume, que podia ser percebido em todo o mosteiro onde faleceu. Já o sangue que saía dos estigmas do Padre Pio tinha cheio de flores. Outro caso foi o de Santa Teresa de Lisieux, cujo corpo emanou um aroma de rosas por vários dias após a sua morte.
Há centenas de fragrâncias relatadas ao longo do tempos, mas o aroma de rosas é o mais constantemente descrito. O fenômeno pode durar de poucos segundos a vários séculos.
A causa do odor de santidade não é plenamente conhecida pela ciência. Há estudos, como o do biólogo inglês J.B.S. Haldane, que sugerem que ele se deveria à acetona e ao ácido acetoacético gerados pela cetose decorrente da desnutrição alcançada com a prática regular de jejum, muito comum entre os santos. Mas tal fato não se mostrou totalmente comprovado. Desta forma, a Igreja entende o odor de santidade verdadeiramente como um milagre.
O odor de santidade também pode ser percebido, com menor frequência, em pessoas vivas. Neste caso, comumente é interpretado como sinal de que aquela pessoa concorre à santidade.
Origem do termo
A partir do final do século II, os cristãos, perseguidos e que viviam clandestinamente, já relacionavam perfumes agradáveis aos corpos dos mártires. Mas a expressão “odor de santidade” teria surgido na Idade Média, quando a vida de santidade de muitos católicos se tornava conhecida e aclamada pelos fiéis que conviveram com eles.
Morrer em odor de santidade
Quando diz-se que alguém “morreu em odor de santidade”, não se refere necessariamente ao cheiro em si, a uma sensação olfativa real. Esta expressão indica que a pessoa falecida estava em estado de graça no momento da morte, ou seja, não tinha pecado mortal. Vários santos canonizados morreram em odor de santidade, embora não tenham apresentado um perfume extraordinário no momento do falecimento.