Mesmo presos, os pastorinhos mantiveram o Segredo de Fátima

Era 13 de agosto de 1913. Assim como acontecera nos dias 13 dos três meses anteriores, os pastorinhos acordaram naquela data esperando ver Nossa Senhora. Os peregrinos, que acorriam dos mais diversos lugares, também imaginavam que se daria na Cova da Iria mais uma aparição da Mãe de Deus. “O povo chegava de todos os sítios, desde a véspera. Todos queriam ver-nos, interrogar-nos e fazer-nos os seus pedidos, para que os transmitissemos à Santíssima Virgem” (Memórias da Irmã Lúcia, pág. 92).

Mas este não seria um dia 13 como os anteriores. Ainda pela manhã, um oficial de Justiça foi em busca de Lúcia, Jacinta e Francisco, levando-os à casa do prior de Fátima. Eles ainda não sabiam, mas seriam sabatinados e ameaçados por longo tempo. Depois, foram presos na cadeia de Vila Nova de Ourém, onde as autoridades os aterrorizavam para pressioná-los a revelar o segredo de Nossa Senhora de Fátima.

Os três foram incansavelmente interrogados pelo administrador regional. Diante do silêncio inquebrável de Lúcia, Francisco e Jacinta, ele, irritado, ameaçou fritá-los vivos em uma caldeira com azeite quente. Apesar das ameaças e do medo, mantiveram-se firmes na disposição de não contar nada.

Jacinta foi a primeira a ser levada para “ser queimada”. Sem que os outros soubessem, foi submetida a novo interrogatório, mas nada revelou. Francisco, que achava que, naquele momento, sua irmã estava sendo torturada a óleo quente, pedia aflito em oração para que ela não tivesse medo. 

Ele foi levado em seguida. Disseram-lhe que sua irmã já tinha sido queimada e que, caso não contasse nada, ele teria o mesmo destino. Mas de sua boca não saiu uma informação sequer. Lúcia foi a última e, embora tenham lhe dito que os primos estavam mortos, negou-se a revelar qualquer coisa. 

Foram três dias de terror e intensas inquirições, ao final dos quais os pastorinhos foram levados de volta à Cova da Iria e entregues ao prior de Fátima. 

Enquanto os pequenos eram cruelmente interrogados, os fiéis que estavam na Cova da Iria aguardando a aparição de Nossa Senhora não arredaram pé. Diversos deles testemunharam que, no mesmo horário e mesmo local onde a Virgem tinha aparecido nos meses anteriores, ouviu-se o habitual estrondo, semelhante a um trovão, e uma espécie de fumaça foi vista em cima da carrasqueira. 

Naquele mês, Nossa Senhora apareceu a Lúcia, Francisco e Jacinta no dia 19, pouco depois de os três terem deixado a cadeia de Ourém. 

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