“O que mais o impressionava [a Francisco] ou absorvia era Deus, a Santíssima Trindade, nessa luz imensa que nos penetrava no mais íntimo da alma. Depois, dizia:
– Nós estávamos a arder, naquela luz que é Deus, e não nos queimávamos. Como é Deus!!! Não se pode dizer! Isto sim, que a gente nunca pode dizer!” (Memórias da Irmã Lúcia, pág 145).
Normalmente, damos ao verbo “arder” uma conotação negativa. Dizemos que “as almas ardem no inferno”, numa acepção de que as chamas incendeiam e destroem. O fogo queima a pele, machuca e deixa marcas doloridas.
Mas a chama também pode iluminar. O fogo, na medida certa, também nos aquece. Nosso interior pode arder por Deus. Quando deixamos Deus entrar em nosso coração, ele nos preenche. Onde antes havia frio, agora há calor. Onde havia escuridão, agora há luz.
Nosso coração pode desejar ardentemente pelo Senhor. Podemos, sim, experimentar uma vontade sem limites pelo divino, numa experiência profunda do Amor do Pai. Vivendo a fé pela oração e pelas virtudes, estamos sempre junto d’Ele.
As almas no inferno ardem exatamente pela barreira intransponível que as impede de se unirem a Deus. O pecado as afasta do Pai, corroendo-as, maltratando-as. É um desejo irrealizável.
Mas nós todos podemos estar com Deus. Deixe, então, que seu coração deseje-O com ardor. Esteja pronto para atender esse chamado, sentindo Seu toque caloroso em sua vida. Permita que a luz do Senhor ilumine seu caminho!