Santidade para quem não é santo

09/07/2021
Kenya Camerotte Soares

Muita gente pensa que para viver a santidade é preciso ter alguma experiência extraordinária ou é algo reservado a pessoas iluminadas. Mas a verdade é que a santidade é possível a cada um de nós, em nossa vida cotidiana. 

Você já parou para prestar atenção na história dos santos que você conhece? Santa Teresa de Calcutá era freira. São João Bosco era educador. Santa Edwiges foi dona de casa e mãe de família. Santa Luzia era uma jovem, como tantas outras de sua época, que havia perdido o pai quando criança. Por trás de toda a dedicação ao divino estavam vidas comuns. Pessoas que cozinhavam, varriam a casa, lavavam roupas, preocupavam-se com um parente doente, entristeciam-se e alegravam-se. Os próprios Santa Jacinta e São Francisco Marto eram duas simples crianças portuguesas, camponeses que, mesmo na infância, trabalhavam como pastores para ajudar a família. 

Eles não foram santos apenas nos grandes gestos, nos momentos milagrosos ou nos grandes sacrifícios. Eles foram santos em cada uma das suas atitudes, em cada pequena ação do dia a dia. São Josemaria Escrivá tem uma frase muito bonita: “qualquer atividade humana se pode converter em lugar de encontro com Deus”. É esse momento de encontro que se transforma em santidade. 

Pense em quantas oportunidades em um único dia você tem para exercitar sua santidade: quando um colega de trabalho pede ajuda; quando os filhos desafiam a sua autoridade; quando seu marido avisa que não conseguirá passar no mercado por causa de um imprevisto e pede que você o faça no lugar dele; quando seu amigo está doente e precisa de apoio; quando tem uma centena de emails para responder e uma pilha de papéis para despachar; quando você precisa faxinar a casa e está exausta ou simplesmente sem vontade; quando tem que dirigir no engarrafamento… 

É no seu dia a dia, nas suas tarefas mais comuns, nos seus desafios cotidianos que você tem a chance de ser santo. Ofereça a Deus cada ação e cada gesto. Peça a Ele para clarear os seus caminhos e guiar os seus passos, para que em cada pequena atitude você honre o nome Dele e faça jus ao amor Dele por nós.

“Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”, aconselhou São Paulo aos primeiros cristãos (1 Cor 10,31). Quando fazemos tudo por Ele ou para Ele, aí nos tornamos santos.