Como um casal deve lidar com a falta de dinheiro? E com o excesso dele?

O amor perdura enquanto o dinheiro dura”, diz o ditado. De fato, problemas ou desentendimentos financeiros estão entre os mais frequentes fatores para brigas conjugais. Por isso, é muito importante que o casal converse sobre a relação com o dinheiro antes mesmo de se casar. Afinal, como diz outro ditado, “o combinado não sai caro”.

Antes de tudo, é preciso entender que nem sempre o dinheiro representa a mesma coisa para todas as pessoas. Com criações diferentes, cada um aprende a se relacionar de maneira diferente com as questões financeiras. Há aqueles que foram ensinados a poupar desde cedo, outros que foram submetidos ao racionamento desde crianças, aqueles que têm um impulso consumista, os que são mais contidos nos gastos, uns muito organizados e que têm controle total das finanças, outros que não têm noção de quanto gastam por mês, há pessoas que preferem dedicar o dinheiro a viagens, outras preferem carros, há aqueles que ganham bem, outros que mal recebem o suficiente para pagar as contas do mês. 

Como bons católicos, precisamos compreender a diversidade, acolher o outro e buscar um caminho comum.

E como resolver a questão?

Sejam francos sobre o assunto. Sejam noivos ou casados, vocês estão num nível de confiança e cumplicidade que demanda uma conversa aberta, sem medo. É importante responder algumas perguntas:

Ambos vão trabalhar? Ou somente um dos cônjuges?

Vocês têm rendimentos fixos? Ou a renda é variável?

Quais são as prioridades de vocês? 

O quão dispostos vocês estão a abdicar do consumo de supérfluos?

Quanto vocês conseguem poupar por mês?

O que será feito, no futuro, com o dinheiro poupado?

Vocês terão contas conjuntas ou separadas?

Vocês dividirão as despesas? Como?

O que farão caso, em algum momento, o dinheiro falte? Como resolverão emergências?

O quanto vocês estão dispostos a partilhar com os mais necessitados?

Façam uma checagem mensalmente

Todos os meses, sentem juntos para dar uma olhada no que ganharam, no que gastaram e no que conseguiram poupar. Isso é importante para vocês verem se estão conseguindo manter o plano que traçaram.

Mas atenção, em vez de apontar o dedo para o outro se ele gastou mais do que deveria, tente motivar seu marido ou sua esposa a melhorar no próximo mês. Lembre seu parceiro das metas que vocês têm juntos. Talvez ele ou ela esteja só precisando de um pouco de apoio e incentivo ara mudar o comportamento em relação ao dinheiro.

Pensar à luz do Evangelho

Mesmo quando o dinheiro sobra, ele pode ser um perigo. Colocá-lo acima de tudo e desejá-lo desordenadamente nos leva à avareza.  O culto da riqueza nos faz escravos. Como disse Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.” (Mt 6,24). 

Não há problema em querer prosperar. O Senhor se alegra com nosso empenho em multiplicar aquilo que ele nos deu. Mas precisamos igualmente cultivar nossa generosidade. O dinheiro deve ser uma maneira de ajudar a todos e nos unir, e não de nos separar uns dos outros e nos afastar de Deus. Por isso, como casal, tenham sempre isso em mente!

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